quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

em Nova Iorque

Ainda estremunhada e de bagel em punho assisti hoje, pela televisão, a toda a pompa da inauguração do que se poderá chamar o primeiro Presidente Global.

Creio que a população deste país (e do mundo) estava de facto sedenta por liderança, pois multidões acudiram a Washington para celebrar este dia. Perguntei-me o que fez essas pessoas viajar, uma vez que se pode assistir a tudo, em melhores condições pela TV em directo - o fim de uma era medíocre? a igualdade de direitos entre raças? o amor próprio, conquistado na presença física de um momento histórico?
As imagens vindas do Mall em Washington são impressionantes, um mar de gente que concentra mais pessoas do que vários eventos históricos passados naquela cidade, mesmo se todos juntos.
Inesperadamente, depois de uma década de arrogância e autismo, surgiu no país mais poderoso do mundo um líder cuja mensagem de esperança, faz crer que se cumpriu o destino a uma (jovem?) nação democrática formada pelo tecido humano mais diverso entre todos os países da terra.
A mensagem de Barack Hussein Obama dá alento e dirige-se a todo o planeta. Pode ser que este século seja o da paz e prosperidade sustentada, mas principalmente existe um novo e revolucionário poder: parte de cada indivíduo para formar um todo, consciente e responsável.

Acabou o discurso, vim para a rua para tomar o meu rumo de todos os dias, hoje, mais tarde; é sempre interessante ver como em Nova Iorque a emotividade quase nunca atinge a rua, tudo no seu estado normal, nem mais nem menos sorrisos que o costume, só a normal correria para o trabalho. No dia das eleições foi diferente, houve gente a celebrar na rua - coisa nunca vista - comentaram-me alguns locals. Hoje, a única diferença desde ontem, é que a neve nos passeios derreteu.
De todo modo esta é a cidade global (pensei eu no metro ao olhar para os rostos que me rodeavam). Quem olha para as roupas pesadas de inverno não distingue, mas nos rostos, olhos, bocas, narizes, estão bem marcadas as diferentes proveniências, remotos cantos do globo, todos juntos numa carruagem da linha 6 direcção Brooklyn Bridge.
O optimismo acompanhou-me até Canal Street Station, o mesmo optimismo que existia nos corações das pessoas aparentemente indiferentes no metro, afinal eu era só mais um deles.
Ahhh! A humanidade está de parabéns!

Cheguei ao estúdio, acabo de ler um email de uma amiga onde ela se despedia assim: "Happy New Year, Happy Obama, Happy everything! xoxo P."

Mariana Serra

2 comentários:

Nuno Pereira disse...

Obama autêntico Cristo, arrastando multidões, num frenético vai e vem de sensações!
A diferença consiste, em que Cristo, de segurança nada tinha, dado que morreu ás mãos de traidores da sua confiança, embora digam que amplamente do conhecimento do redentor.
Obama rodeia-se de polícias fortemente armados. De militares equipados como se estivessem numa guerra urbana. De humanos à paisana prontos a morder qualquer empecilho, que possa inquietar uma cerimónia aguardada fanaticamente por milhões, mas com a inquietação de algum tresloucado, de arma em riste disposto a acabar com a salvação. A mando dos escondidos camuflados que proliferam nos seus bunkers, prontos a lançarem os tentáculos destruindo quem chega com ganas de vencer.
De alivio dos problemas! Os dois estão em consonância.
Um salvava as almas, das predições do mundo da época, já de si conturbado por religiões fanáticas e lutava ardentemente pelos que nada tinham. E buscava nos que tudo tinham para distribuírem pelos que se arrastavam pelas ruas da penúria que os destruíam em pedaços, fazendo com que os seus restos fossem alimento dos “abutres” que encobriam o céu de um negro pestilento e temeroso.
O outro, autentico rei negro, promete tudo fazer para encaminhar a economia mundial (visto o seu país ser um dos impulsionadores pela negativa), para dar o recomeço da caminhada rumo à estabilização num curto prazo. E depois sim: consolidar o sistema financeiro mundial e todos nós retomarmos a nossa vida. Abrindo o caminho para que os nossos sonhos, que se esfumaram enquanto o diabo esfrega um olho. Possam tomar forma e fazerem parte da realidade do nosso dia a dia.
Cristo morreu na cruz para nos salvar!
Obama tem uma cruz para com ela caminhar pesadamente, pelos caminhos da redenção da recessão!
Cristo ficou pregado até à morte esperando a ressurreição!
Obama destruirá a cruz, para fazer dela o símbolo da vitoria sob a malfadada crise autentica guerra silenciosa, que nos rebenta os tímpanos da sobrevivência!

Anónimo disse...

Não partilhando da "religiosidade" do comentador acima, deixo apenas uma palavra de sincera esperança nesta pessoa, neste cidadão do mundo. Sabendo nós que palavras as leva o vento, esperemos que as suas (boas) ideias possam se concretizar. Que assim o permita o poder legislativo americano.